Outros Textos
Fernando Pessoa - 28 de Setembro de 2012
Vê o documentário e, em seguida, apresenta uma síntese dos aspetos mais relevantes. Apresenta um texto de 80 a 130 palavras.
www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZL8bhv5DjQ8
O documentário que visualizamos foi sobre a vida de Fernando Pessoa.
Quando o seu pai morreu, sua mãe voltou a casar e Pessoa foi viver para África, ai contactou com a literatura inglesa. Veio para Portugal fazer o curso de Filosofia o qual não chegou a acabar. Fundou uma tipografia com o dinheiro de uma herança mas o negócio não correu muito bem. Pessoa dedicou a sua vida à poesia criando assim vários heterónimos (mais importantes: Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro), publicou a revista Orpheu e apenas publicou um livro em vida Mensagem de um grande sentido nacionalista.
Pessoa inventou um slogan que ainda hoje é bastante conhecido “primeiro estranha-se depois entranha-se”. Teve um grande amor Ophélia.
Jaz no Mosteiro dos Jerónimos, ao lado de Camões.
Questionário Ricardo Reis - 25 de Novembro de 2012
Segue o teu destino,
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Vê de longe a vida.
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1. Indique três regras da arte de viver, justificando com expressões do poema.
2. Mostre em que medida se diferencia a realidade daquilo que "somos".
3. Indique o modo em que se encontram as formas verbais "Segue" (v.1), "Rega" (v.2), "Ama" (v.3), "Deixa" (v.14), "Vê" (v.16) e "Imita" (v. 22) e refira o respetivo valor expressivo.
4. Para Ricardo Reis, a apatia é o ideal ético, é o comportamento que convém seguir na vida. Escolha a expressão que melhor exprima essa apatia, justificando a resposta.
1- As três regras da arte de viver, que podemos destacar, são: aceitar o destino que os “deuses” nos concederam “Segue o teu destino” (v.1); viver com simplicidade e indiferença perante as emoções para que não soframos “Viver simplesmente/Deixa a dor nas aras.” (vv.13 e 14)e nunca questionar a nossa vida nem o nosso destino, pois este já se encontra traçado “Vê de longe a vida./ Nunca a interrogues” (vv. 16 e 17).
2-A realidade diferencia-se daquilo que “somos” porque a realidade corresponde àquilo que desejamos “Só nós somos sempre /Iguais a nós-próprios.” (vv.9 e 10), não podemos ser alguém que não somos, sendo iguais a nós próprios, apesar de fazermos apenas o que já nos foi predestinado.
3-As formas verbais “Segue” (v.1), “Rega” (v.2), “Ama” (v.3), “Deixa” (v.14), “Vê” (v.16) e “Imita” (v.22) encontram-se no modo imperativo. O sujeito poético utiliza estas formas verbais parareforçar a sua ideia.
4-A expressão que melhor exprime a apatia, ideal ético de Ricardo Reis, é “Vê de longe a vida. / Nunca a interrogues” (vv.16 e 17), pois com estes versos o sujeito poético defende a sua ideia de uma vida calma e de indiferença, sem sensações intensas.
Luís Vaz de Camões - 13 de Janeiro de 2013
Redija um comentário entre 100 e 160 palavras.
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=4VAQoQ6GRHA
O documentário visualizado na aula foi sobre Luís Vaz de Camões e a sua obra-prima Os Lusíadas. A epopeia encontra se dividida em 10 cantos e narra os feitos dos portugueses, assim como a sua coragem e audácia para enfrentar o desconhecido.
Pouco se sabe de Camões, pensa-se que tenha tido uma boa educação visto que conhecia profundamente a língua portuguesa, o latim e obras como o Eneida e a Odisseia. Sabe-se que tenha frequentado a corte, que esteve preso e que acabou sozinho na miséria sem o devido reconhecimento da sua grandiosidade.
Camões nesta epopeia faz referência a figuras históricas, como Inês de Castro, D. Afonso Henriques e Nuno Álvares Pereira, e a figuras místicas, como os deuses e o gigante Adamastor.
Mas para Camões esta epopeia só podia ser dedicada ao Rei D. Sebastião.
Questionário Os Lusíadas - 22 de Janeiro de 2013
78
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego,
Eu, que cometo, insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
79
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A Fortuna me traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Cánace, que à morte se condena,
Nũa mão sempre a espada e noutra a pena;
80
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo mais que nunca derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que pera o Rei Judaico acrecentar-se.
81
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
82
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valerosos,
Que assi sabem prezar, com tais favores,
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Pera espertar engenhos curiosos,
Pera porem as cousas em memória
Que merecerem ter eterna glória!
Os Lusíadas, Canto VII
O texto pertence a uma das invocações d’ Os Lusíadas.
1. Releia a estância 78. Identifique os elementos do discurso que, nesta estância, constituem marcas de invocação.
2. Baseando-se no texto, refira cinco aspetos marcantes da caracterização que o sujeito poético faz da sua vida.
3. Explicite um dos valores expressivos da anáfora “Agora” (vv. 13, 17, 19 e 21).
4. Atente na estância 82. Analise a crítica social e política expressa nessa oitava.
1- Na estância 78, as marcas de invocação são: “vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,” (v.3); “Vosso favor invoco,” (v.5) e “se não me ajudais” (v.7).
2- De acordo com o texto, o sujeito poético faz a caracterização da sua vida como sendo de pobreza; bastante perigosas, combatendo em guerras, sejam elas no mar ou em terra; expectativas frustradas quanto ao reconhecimento da sua obra, desilusões sucessivas, sofrimentos causados por aqueles que deveriam honrá-lo.
3-A anáfora “Agora” (vv.13, 17, 19, 21) serve mostrar todos os momentos que o poeta passou.
4- Na estância 82, o sujeito poético crítica aqueles que não reconhecem a importância dos poetas nem a dos marinheiros portugueses que arriscaram a vida pela coroa e para enaltecer o povo português.
Questionario Mensagem - 1 de Março de 2013
O mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
D' El-rei D. João Segundo!»
Fernando Pessoa, Mensagem
1. Identifique o mito presente no poema e mostre as expressões com que é caracterizado.
2. Integre este poema na estrutura formal da Mensagem e justifique a sua resposta.
3. Faça referência ao valor simbólico do Mostrengo, confrontando-o com o episódio do gigante Adamastor em Os Lusíadas.
4. Faça o levantamento de, pelo menos, quatro recursos estilísticos presentes e refira-se à sua expressividade.
5. O que representará o “homem do leme” neste poema?
6. Refira-se ao valor simbólico do número três.
1-No poema encontra-se representado o mito do “mostrengo”, as expressões que o representam são “ergueu-se a voar” (v.2) e “rodou imundo e grosso” (v.13).
2-O poema O mostrengo localiza-se na segunda parte da Mensagem intitulada Mar Português - Possessio Maris. Esta parte da obra enaltece a audácia e a bravura dos marinheiros portugueses que conseguiram vencer e ultrapassar todas as adversidades.
3-O poema, “O Mostrengo”, apresenta muitas semelhanças com o episódio do gigante Adamastor d´Os Lusíadas. Em ambos os poemas há uma figura imponente e temida que faz frente aos portugueses e não os deixa seguir com a sua missão. Estas figuras simbolizam os perigos da viagem e a coragem que os portugueses demonstaram.
4- Os recursos estilísticos presentes no poema são: a repetição “El-rei D. João Segundo” (vv. 9, 18, 27) serve para reforçar a ideia de que estavam ali sobre as ordens do seu Rei;a anáfora, “três vezes” (vv. 3, 4, 12, 13, 19, 20, 21), reforçando a importância do número três; a hipérbole, “fim do mar” (v. 1), para reforçar a imagem do perigo que os marinheiros corriam; e a adjetivação “tetos negros” (v. 7) e “imundo e grosso” (v. 13), para reforçar a imagem do Mostrengo.
5-O “Homem do leme”, neste poema, simboliza a força e a valentia do povo português. Este responde às perguntas do mostrengo dizendo: “El-rei D. João Segundo” (v. 9, 18, 27).
6-O número três está presente ao longo de todo o poema (versos 3, 4, 12, 13, 19, 20 e 21) e o poema está dividido em três partes. O número três remete para a união entre Deus, o Universo e o Homem, pelo que é um número que representa a totalidade e ainda está ligado ao nascimento, ao crescimento e à morte.